A liderança como fonte de felicidade

A liderança como fonte de felicidade

Comunicação, relacionamento intra e interpessoal na liderança

     Chegar a um posto de liderança é sempre uma oportunidade de aumentar os rendimentos, de receber um pacote de benefícios diferenciado e abrir caminhos para uma bela carreira. Mas junto com isso vêm outros papéis e responsabilidades, que trazem uma série de restrições, especialmente para a vida pessoal. A grande questão é: como desfrutar das vantagens e fazer do exercício da liderança uma oportunidade para ser feliz?

     Os líderes estão cada vez mais imersos na roda-viva das reuniões intermináveis, caixas de entrada entupidas de documentos, e-mails e propostas. São muitos sistemas a serem acessados para controlar o cronograma dos novos projetos. São diversas reuniões presenciais e virtuais, algumas no trânsito. No meio da agenda, a consulta ao cardiologista e, se possível, a festinha do filho na escola.

     Essa rotina estressante tem levado os líderes a buscar novas formas de fazer gestão. É necessário que a liderança seja também um lugar onde se possa ser feliz, porque o que temos visto são modelos que oferecem altos salários, bônus e benefícios diversos, mas poucas empresas têm oferecido uma oportunidade de viver melhor com tudo isso. 

     Para sair desse padrão, vamos precisar fazer um exercício estruturado com as lideranças, de forma a levá-las a entender que é possível trabalhar de forma diferente, independentemente do sistema de gestão implantado na empresa. 

 

     O primeiro passo para se tornar um bom gestor é um forte investimento no autoconhecimento e na inteligência intra e interpessoal, antes de especializar-se em gestão de processos e projetos. Avançamos muito no desenvolvimento de novas tecnologias. É necessário agora voltar a atenção para as pessoas que estão imersas nas redes sociais, mas perdendo a capacidade de se relacionar e de se enxergar. 

     Um líder precisa ser capaz de produzir relacionamentos profissionais saudáveis, ter a capacidade de gerir pessoas numa equipe. Portanto, o foco no recrutamento e seleção deve ser nos sujeitos com potencial para agregar valor a partir do seu perfil psicológico e não só por suas competências técnicas. Para obter sucesso nessa escolha, será necessário investir no desenvolvimento de aspectos da inteligência emocional e social.

     O ato de liderar passa pelo espírito de serviço. Houve um tempo em que bastava ter capacidade de comando e controle. Atualmente, sabemos que os melhores resultados podem vir de uma equipe que conversa mais, que trabalha com bom humor e que faz a gestão das atividades, tratando os erros como uma fonte de aprendizado e não pelo simplista inventário da culpa. 

     Um líder deve ser motivado a se gerir no tempo e priorizar suas atividades pessoais e de vida social com a mesma desenvoltura que faz com as da empresa. Quem não é capaz de fazer a gestão de sua vida pessoal não vai ser uma referência em gerir pessoas. E a produtividade não pode ser medida a qualquer custo, porque esse tipo de resultado não tem sustentabilidade ao longo do tempo.

     Os gestores devem conhecer seus pontos fortes e investir em aprimorá-los, visando à excelência, e devem administrar os seus pontos críticos. Para ser feliz, será necessária a definição de propósitos claros e um planejamento da vida pessoal eficiente, que permita o equilíbrio saudável entre a realização profissional e a transformação dos sonhos em realidade.

     O ato de liderar pode, sim, ser uma fonte de felicidade, mas exige investimentos em autoconhecimento, um permanente espírito de inovação nas práticas de gestão e uma indescritível paixão pela arte de lidar com pessoas.    

 

Ricardo de Sá

Mestre em Sistemas de Gestão, Psicólogo, Arte educador, Ator, Especialista em Psicologia Positiva e Educação Estética e Professor em cursos de pós-graduação no Brasil, Chile, Equador e Uruguai.

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